terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Madeira e Sal


"Eu vim roubado da minha terra 
Eu vim 
Sem roupa, realeza, 
Fome a bater

Descalço e a corrente a me marcar 
Vejo ao meu lado os filhos a temer
                                                            
Na fresta eu olho a luz do céu 
Com a mão no chão eu oro em ioruba 
Cheiro de angústia balançando ao Leo 
Madeira e sal empesteiam esse lugar 

Tudo a mexer, a embrulhar 
Suor a descer, viagem a levar..."   
                             
                   
Uma dor que transpassa e transcende gerações até mim, feridas que nunca se fecharão, mesmo que o planeta nos peça desculpas, mesmo que Deus recomece tudo do zero.

Poesia / desabafo: Luciane Dom
Arte: Wak

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