terça-feira, 25 de setembro de 2012

GIRA MUNDO

Periferia, clã, tupi, nago, guerreiro... Vive na dificuldade, convive com desespero.
Desigualdade, preconceito, sem saúde e sem respeito. Educação escassa, nenhum um tostão, na telinha, na loteria o sonho da fama, do milhão.

Se a minha idade estourar e eu não for um artista bem sucedido eu troco a arte pela bala e só me resta ser bandido?

Não sou herdeiro, não sou chefe. Convite? Só pro crime. Pra trampar, ninguém oferece.
Eu não quero mais essa vida, essa sina de só me restar ser um preto sem auto-estima.

Mas que nada, chega dessa vida sem ternura. Já que ta tudo errado vou me viciar até chapar mas, vou me viciar em leitura e pra manter o vício vou traficar a todo momento. Vou fazer trafico de conhecimento.

Pra eu me sentir seguro vou andar armado mas, sem procurar treta. A minha arma vai ser papel e caneta.

Vou ser o assaltante, vou roubar a cena da cidade. Tudo que eu quero e não tenho, conquistar as oportunidades.

Vou virar terrorista, vou jogar uma bomba no país, "boom!". Explodir as barreiras mentais valorizando minhas raiz.

E por tudo isso serei considerado um criminoso, um homem perigoso pois, o meu verdadeiro crime é exigir nossa parte desse enorme bolo.

Nome Original: Elo da Corrente
Autor: Michel Yakini

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