quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Conversa Que Tive Comigo Mesmo

São 5:35Am. Um horário muito propício ao descanso do cérebro onde as pessoas acordam para trabalhar sem pensar em nada, no popular nós entramos no "modo automatico" e com Aldus não seria diferente, porém essa manhã, hum essa manhã...

Aldus acorda e como sempre primeiro tomou seu banho e em seguida escovou os dentes, cuspiu e olhou pra frente, e em sua direção havia um espelho, um espelho que ele mesmo havia colocado mas nunca deu muita atenção. Talvez uma frustração física ou psicológica mas ele dizia não se merecer olhar, mas nesse dia o espelhou olhou pra ele e em fim Aldus teve um encontro com ele próprio. E ao se ver conversou, conversou e quis saber como ele estava? como estavam as pessoas que ele amava? quem ele amava? se ele se amava.

Sabe aquelas mensagens subliminares sobrenaturais? Pois é, Aldus também não acreditava muito mas por um minuto ele se fez crer, mas logo se lembrou que uma vez escreveu uma coisa no espelho e nunca mais o limpou e o vapor da água quente o fez retornar, e la dizia " d&$@?&60 " e um nº de telefone. Aldus sorriu curioso e tentou se lembrar o que aquele momento infantil do passado o fez escrever algo tão absurdo, idiota e desnecessário que nem ele mesmo lembraria mais tarde, e o por que de um nº de telefone no final. Seria uma tentativa de contato com a loira do banheiro? Não, acho que não (risos).

Por fim Aldus teve a grande iniciativa de ligar pra o numero que estava escrito no espelho. Aldus pegou o seu celular e discou apreensivo e excitado, e no mar alto da surpresa...! Trim! trim! O seu telefone na sala começa a tocar. Então ele pensou: " Quem me ligaria uma hora dessas?". Ele correu e olhou na bina pois fazia muito tempo que ninguém ligava pra ele e num flash de milésimo ele pensou muitas coisas como "alguém morreu, alguém esta no hospital, alguém foi sequestrado ou... Alguém esta morrendo", mas quando se deparou com o aparelho telefônico ele percebeu uma coisa, o numero era bem familiar, "****-****" . Ele olha e também num flash de segundos chega a conclusão: "Estou ligando pra mim mesmo!". Aldus volta correndo assustado para o banheiro e já não tinha mas nada lá. Ele liga o chuveiro já chorando e espera o vapor trazer novamente as palavras. Então Aldus lembrou de uma coisa. Ele voltou a sala, pegou um porta retrato vazio e empoeirado e o levou para o banheiro. Quando ele retornou as palavras estavam lá novamente. Ele olhou para o porta retrato, lembrou do seu passado, dos seu amores, dos seus amigos... direcionou o porta retrato no espelho e quando ele iria jogar com toda a força ele percebeu uma coisa, as palavras se encaixariam perfeitamente dentro do retângulo 10x15. Aldus estava tremulo e já tinha perdido o horário. Ele pega o porta retrato, mira no espelho, foca nas palavras e assim ele mata sua charada. E la dizia: "desapego".

2 comentários:

  1. Desapegar. Adoro essa palavra, mas acho que não dá pra levá-la ao pé da letra. Pra mim, desapegar é deixar ir, mas não deixar de lembrar. O cara parece que tinha esquecido. Ainda bem que teve esse estalo, que ele conseguiu olhar pra si mesmo. Tem continuação?

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  2. Faço minhas palavras as da Nina. "Deixar ir mas não deixar de lembrar".

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