segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Cubo Branco (Meu Lugar)

Existe um cara que eu admiro muito e ele  costumava dizer que "a nossa casa é o lugar para onde nós voltamos".

Não morei em muitos lugares, todavia o pouco que morei foram muito distantes e Independente disso sempre que eu me sentia um pouco perdido, aflito ou algo do tipo, eu costumava ir ao meu lugar de origem. Rocha Miranda. Zona norte do Rio. Hoje não sinto mais a região como o meu lugar. Hoje ela sofre por uma apropriação que mexe em muitas coisas e só me resta compreender. Vivo num lugar legal, mas não me sinto parte daquilo. Sinto falta de ser parte de algo e de pessoas. Acho que é uma peça que falta em mim. Talvez ela nunca seja preenchida e aí vou ficar morrendo e reencarnando até me acertar com isso.

Esse mesmo cara que citei acima também sentia isso ou algo muito similar. Em um livro (ou documentário) ele diz que por perceber que não fazia parte de nada, com o passar dos anos ele entendeu que na verdade ele faz parte de tudo. Por isso ele precisa estar em todos lugares. E voltar.

... É, acho que está na hora de dar um fora daqui.


terça-feira, 18 de agosto de 2015

Uma Baterias, Dois Moleques e Filosofia de Pseudo Boteco

Aula de hoje: Bateria e filosofia com meu aluno de 11 anos.


- Eu odeio ser 
- Ué, pq, cabeça?
- pq a gente nunca fica com quem gosta
- Como assim? Você sabia que eu sou nerd - Os olinhos do meu aluno brilharam como se eu fosse ter a fórmula para a sua aflição, mas logo desiste.
- Ah, mas você é adulto, toca bateria, mora num lugar que tem castelo e tem dread. Elas nem vão perceber se você for nerd
- Elas?
- sim -
Engoli o riso e terminei o assunto passando um novo exercício. Bem difícil pra ele não encher mais o saco. Ele me achando um máximo e eu omitindo. Minha cabeça doía demais pra explica-lo que aquilo era machismo e que ele não precisaria de muitas pessoas do que ele mesmo e sua sombra. Esqueci de dizer que ele poderia chamar sua sombra de sorte, esperança ou qualquer baboseira dessas. Ele com a conclusão de que nerd é algo ruim e eu que sou uma fraude. Seguimos no "tum tchi tá tchi... tchagada tchugudugun" e falando sobre a poesia surrealista do hora de aventura e de como o titio avô é irado.