O Corpo Que Fala

Hoje pela manhã eu ouvi uma música tão bonita que acho que fiquei uma 1h sem respirar. Ou pelo menos eu me dei conta de que meu corpo intuitivamente estava fazendo isso por mim. Percebi que eu precisava externar aquele sentimento e peguei um papel pra fazer uma poesia. Cinco minutos depois senti meu coração disparado e os dedos começaram a tremer. Pensei - o que houve? - Daí, assim como intuitivamente me lembrei que eu  respirava, também me lembrei que não sou poeta

Edyyy

Gente, to me sentindo o acessor do Ed Motta pq o que está vindo de inbox pra mim chega ser engraçado rsrsrsrs...
Vamos lá...

Sou fã do cara, ele PRA MIM (respeitem) é um dos maiores artistas do jazz, do acid jazz e do funk da minha geração e ainda carrega a "maldição" de ser hit maker. Tá, os scats que ele faz as vezes é engraçado, sempre vejo alguém rindo ou fazendo algum comentário do tipo que não tá entendendo. A proposta é essa. Voz como instrumento, assim como vc se identifica com o inglês, Árabe, Japonês sem saber falar. A proposta do scat é não ter idioma. Enfim, ainda sim foi um dos poucos que assumiu o "tchubirula uôoo" e grava até discos só nessa onda. FANTASTICOS por sinal e coloca em sua pop music. Coragem.

Agora, escreveu merda? Escreveu. Leio merdas todos os dias aqui de muita gente. Eu escrevo merda tmb (isso por exemplo), mas ele carrega umas maldições terríveis. Ser sincero e ser pessoa pública.

No show de 20 de carreira, na fundição presenciei isso tudo o que ele escreveu. Ao invés dele levar a banda supra sumo do pop ele levou uma turma do jazz mto braba. Foi um dos melhores shows de jazz que vi na vida! Num determinado momento do show, com pessoas gritando nomes de músicas completamente aleatórias,  ele disse o seguinte: Esse é o meu aniversário de 20 anos de carreira. Quero tocar coisas que me agradam e que me influenciaram durante os anos, mas aqui também somos garços. O que vocês querem ouvir? Ele fudeu com banda! Foi hilário. Me senti em casa. Aliás, acho até que a partir dali nasceu os shows solo com contações de histórias.
Uma pena que esse lapso de humidade não seja comentado por aí também.

Mudando de artistas. No programa do Jô, vi o Lulu Santos dar esporro na plateia dizendo " vcs vieram aqui pra nos assistir ou pra bater palma? É pq está atrapalhando". Na lona cultural de Bangu, vi o gênio Hermeto dar esporro no público dizendo o seguinte  "Porra, vcs vieram pra ver o show ou pra beber cerveja e falar enquanto eu toco? Se for pra ser assim então vão pra uma casa de show. Aqui é uma lona cultural". Eles fez isso 3 vezes pq as pessoas não se calavam.

Estou passando a mão na cabeça? Não. To acusando? Também não.
Todos eles mandaram mal, mas cabe a nós entender também a proposta do trabalho do artista que seguimos.  Se eu tirar o instrumental e o artista do Axé gritar tira o pé do chão eu vou entender como um esporro. "Se mexe aí o filho da puta!".  - Mas eu não quero tirar os pés da porra do chão. Só quero ouvir o arranjo que o Letieres ou algum outro cara foda fez pra você.

A terceira maldição do artista é a cachaça (rindo mesmo!) e junto com a rede social rede social pq ele verbaliza e você tem o devido tempo pra criar suas próprias imagens e conclusões. Agora, se eu estou num show do Ed Motta ou de qualquer artista que fale português em qualquer lugar do mundo e eu conseguir entrar no camarim, mano eu vou falar no meu carioquêxxx orgulhoso E MARRENTO. Foda-se! E se qualquer artista me destratar eu mando se foder e nunca mais toco no assunto. Só bêbado em algum bar e com amigos. Simples.

Fim de papo.

Dois de Abril

 Como ondas sonoras vieram minhas lembranças. Não sei de que mês,  talvez coisas misturadas dentre Agosto e Novembro. Mas ouvi,
Ouvi nessa canção nossa canção. Ouvi sinos, gargalhadas... Nossas coisas. Que me levam pra perto, pra dentro de você.

Como ondas sonoras à abrilhantar, à brilhar nossas tarde de sol. Temos as águas e as areias do mar, Poseidon e Iemanja como padrinhos.
Mas na areia gasta desse mar, no cinza do meu olhar relembrei que minha paixão nasceu de fato no dia dois de Setembro. Um dos dia que mais chorei na vida até hoje. O mesmo mar que nos uniu nos separava.

Hoje é dia dois de Abril de 2015. Me vejo sentado na areia da praia para uma reunião. Relembro isso e ainda sinto vontade de chorar, mas sinto alívio e gratidão também.
Me vejo na areia da praia com muitas lembranças, um jornal, mas nem tão sentimental. Contraditório ou livre afinal?